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Foto do escritorroberta hentschke

Olhar para a vida cotidiana: case marca Panfácil Alimentos.

Há tempos que a pesquisa vem tomando corpo no desenvolvimento de projetos de design. É sabido também que, sem olhar “para fora”, caímos na armadilha de trazer nossos próprios vieses na hora de levantar uma hipótese ou trazer insights para o projeto. _

O design etnográfico é a pesquisa etnográfica qualitativa aplicada a um contexto de design. Ele oferece resultados que informam e inspiram processos de design buscando facilitar conversas empáticas entre as pessoas além de comunicar conceitos, diretrizes, estratégias e cenários. Ele traz um contraponto sobre as ideias instintivas que temos sobre como as coisas deveriam ser, com foco na marca. Essa cooperação do design estratégico com a etnográfia

ajuda a moldar a pesquisa de modo a desafiar as suposições e trazer conhecimento a partir da vida cotidiana e das relações.

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O ponto alto do reposicionamento da marca Panfácil Alimentos foi a construção da persona, oriunda de uma imersão em diversos contextos que circundam a marca, possibilitada pelo design etnográfico. As descobertas a partir de entrevistas, observações e trocas em grupo revelaram o comportamento das pessoas quando o assunto é farinha, além da sua relação com o cozinhar. Uma resposta disruptiva para o que normalmente é apresentado por outras marcas. Não chegaríamos nesse lugar sem ouvir, perceber e dar contornos a “matéria prima” colhida, ainda no processo investigativo. O olhar para a história e a conversa com colaboradores da empresa também faz parte do processo e permite a construção de algo que esteja alinhado com o DNA e a essência da marca.


A partir do olhar para a vida cotidiana percebemos que a escolha da farinha se dá principalmente por herança familiar, mas a Panfácil não era nascida na época das vovós atuais. O discurso não seria verdadeiro se fosse esse. O resultado é uma farinha boa pra tudo, onde não é a vovó em uma cozinha linda que está em destaque. O novo posicionamento da marca Panfácil traz os diversos papéis das mulheres que, entre outras coisas, precisam cozinhar no dia a dia para sua família, mesmo que façam marmitinhas e congelem para a semana toda.



Combinar história e experiência com estudo empírico ajuda a fazer conexões entre diferentes escalas do projeto e da vida: comportamentos, atividades, tendências e forças abstratas. Essa mistura diminui a necessidade de tomar decisões baseadas em grandes dados e números. Essa é a proposta do design etnográfico.





A Theodora utiliza o Design Etnográfco em seus projetos fazendo uso de ferramentas e metodologias de áreas correlatas ao design, como antropologia, sociologia, antroposofia, e psicologia. A costura dessas informações e curadoria dos dados é feita sob o olhar do design que coloca luz na importância das pessoas que utilizarão e são/farão parte do ecossistema da marca. Uma proposta integrada de negócio, pessoas e ambiente.


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